terça-feira, 29 de julho de 2014

Alex Antunes vs. Ariano

Foto: Reprodução.
O jornalista Alex Antunes, em sua coluna no portal Yahoo! nesta segunda-feira, criticou as concepções estéticas de Ariano Suassuna tomando como ponto de partida os ataques irônicos do falecido escritor paraibano a ícones da cultura pop norte-americana. Um bom revide, no plano da discussão cultural, que poderia ter recebido melhor atenção se não fosse a opção do articulista em chamar o escritor de "velho burro", no título e na última linha.

Quando Reinaldo Azevedo tratou Oscar Niemeyer de "metade gênio, metade idiota" pelo menos explicou a razão do uso dos dois adjetivos. No artigo de Antunes, gostaria de encontrar uma justificativa ou uma contextualização defensável para a pecha de "velho burro". Até agora estou procurando.

A rigor, o discurso de Ariano ao idealizar o Movimento Armorial era o de que tinha trabalhado para resgatar as "verdadeiras" raízes da arte brasileira e fazer frente à invasão do "lixo" pop norte-americano. Foi um discurso que teve até alguma razão de ser naqueles tempos, mas que se revelou um falso dilema com o passar dos anos - da mesma forma que a implicância de Adorno com o jazz.

De toda maneira, o Movimento Armorial, como produto, rendeu muita coisa boa, esteticamente falando, ou seja, tratou-se de um discurso ideologizado e carregado nas tintas, porém de resultados artísticos de alto nível. Foi algo similar à imagem de homem das selvas que Villa-Lobos pintou de si mesmo na Europa, uma balela tremenda que serviu para justificar sua expressão musical genial.

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domingo, 27 de julho de 2014

Coluna de Domingo - 15

Andreia Lira tocou acompanhada por Gurgel Jr. Foto: Raissa Ralola.

  • As terceirizadas da Oi estão sabotando a operadora por inadimplência no pagamento dos contratos. Solicitei transferência de serviços (fixo, Velox e TV) no dia 30 de junho e até agora não efetuaram a instalação no meu novo endereço.

  • Nem a Anatel está obtendo retorno das cobranças que faz à Oi todos os dias. Os lesados podem tentar obter alguma compensação nos juizados de pequenas causas, já que as solicitações em geral têm 72 horas para ser atendidas.

  • O violonista Turíbio Santos, em depoimento a uma coluna do jornal O Globo, afirma que a música clássica tem muita "música chata" e que isso afasta o público dos concertos. Essa "música chata" é a mesma que ainda lota concertos na Europa, nos Estados Unidos e no Japão.

  • O músico Alexandre Eisenberg, em seu perfil no Facebook, reagiu indo direto ao ponto: "...o pior tipo de entrevista que existe é aquela feita por um ignorante a um diletante. Nesse tipo de entrevista todos perdem: o público leitor, se desinformado, continua desinformado, o entrevistador que faz as perguntas erradas pelas razões erradas, e o entrevistado que passa por autoridade sem sê-lo."

  • O violinista Clóvis Pereira Filho, da Orquestra Sinfônica Brasileira, tem andado bastante pelo Recife e tocou em concertos do Virtuosi de Gravatá e do Virtuosi na Serra. Ele também se prepara para administrar o acervo de partituras do pai, o compositor Clóvis Pereira, de quem estou finalizando o catálogo de obras.

  • Em recital apresentado na última segunda-feira, dia 21, a soprano Andreia Lira (foto), carioca que mora em Juiz de Fora, cantou a ária Se uma volta sola / Ah, non credea mirarti, de Vicenzo Bellini.

  • No blog Quarenta e Dois, Bruno Nogueira aponta alguns aspectos do jornalismo digital que requerem ser repensados com urgência pelas redações, em prol do bom senso e da otimização da rotina de trabalho jornalística.

  • A reflexão de Bruno deveu-se ao anúncio precipitado da morte de Ariano Suassuna feito pelo Blog de Jamildo na última terça, 22, e replicado - também sem verificação - por Ancelmo Góis, de O Globo, e pela Academia Brasileira de Letras.

  • Em artigo à revista Os Sertões, da UFPE, em 2006, professor Jarbas Maciel faz mea-culpa apontando que a melhor solução para os dilemas estéticos da música armorial foi dada por Luiz Gonzaga e seus parceiros, que haviam sido relegados pelo Movimento Armorial nos anos 1970.

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sexta-feira, 25 de julho de 2014

Continente rememora Ariano Suassuna


A revista Continente criou um singelo mas providencial hotsite com as quatro matérias que ela publicou entre 2002 e 2010 tendo como personagem central o escritor paraibano, incluindo o especial sobre os 40 anos do Movimento Armorial, que sugeri à redação meses antes. Na quarta matéria, às páginas 9, 10 e 11 do arquivo flip, está o texto que fiz sobre o simbolismo da instrumentação armorial, conforme estabelecido pelos dois conjuntos musicais mais famosos do movimento: a Orquestra Armorial e o Quinteto Armorial.

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domingo, 20 de julho de 2014

Coluna de Domingo - 14

Padre Airton Freire. Foto: Reprodução.
  • A Fundação Terra, fundada pelo Padre Airton Freire, fez um apelo especial esta semana por doações e foi surpreendida pelo bom retorno do público. No entanto, a instituição atende todos os dias 2 mil crianças, fornecendo-lhes estudos e alimentação, e tem demanda também por doações periódicas, mensais.

  • Reportagem do Diário de Pernambuco mostra a procura por destinos mais baratos para se fazer intercâmbio. Para se aprender inglês, a matéria menciona Malta e África do Sul. Para a língua espanhola, reforço que Buenos Aires continua imbatível.

  • A presença do Irã nas semifinais da Liga Mundial de Vôlei marca a primeira vez em que uma seleção asiática chega ao top four da mais concorrida taça de voleibol do mundo.

  • Em tempo, um grupo de estudantes iranianos encontra-se em João Pessoa para um campeonato mundial de robótica e passou pelo Recife na última quinta. Queixaram-se, com razão, da velocidade de tráfego de dados oferecida pelos planos pré-pagos das operadoras brasileiras.

  • Depois da euforia pelo título mundial em 2013, a imprensa esportiva nacional esqueceu-se da seleção feminina de handebol. Como continuam os preparativos para o mundial de 2015 e para os Jogos Olímpicos do Rio?

  • Manifestações pró-Palestina não merecem nenhum prestígio se não condenam a covardia que é o uso de escudos humanos. A acusação de terrorismo de estado a Israel é mera retórica para desviar dessa questão.

  • No entanto, parte da imprensa e do meio acadêmico não tem nenhuma vergonha de bater nessa segunda tecla e passar por cima da primeira. Quem quiser sobre o que é o Hamas, mais de perto, aproveite para começar pelo livro Filho do Hamas, de Mosab Hassan Yousef.

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domingo, 13 de julho de 2014

Coluna de Domingo - 13

Quinteto Persch, da região da Serra Gaúcha.
  • Sexta edição do Virtuosi Gravatá com data certa: de 18 a 25 de julho, na Igreja Matriz de Sant'Ana, centro de Gravatá. A atração principal é a pianista uzbeque Tamila Salimdjanova, que se apresenta dia 22, uma terça-feira.

  • O professor boliviano Jorge Daniel Marchant, do Instituto Cervantes, e os jornalistas Franco Benites e Rebeca Kramer recém-aproveitaram o inverno do Vale Nevado, no Chile.


  • Do dia 14 ao dia 19 o projeto Percutindo Pernambuco, com o Grupo de Percussão do Nordeste e o maestro José Renato Accioly, passará respectivamente pelas cidades de: Afogados da Ingazeira, Belo Jardim, Caruaru, Gravatá, Limoeiro e Carpina. O patrocínio é do Funcultura.

  • O Quinteto Persch, do Rio Grande do Sul, prepara-se para gravar seu terceiro CD, dedicado apenas a compositores brasileiros, incluindo Ernani Aguiar, César Guerra-Peixe e Toninho Ferragutti.

  • A taxa de ocupação dos 59 principais hotéis do Recife foi de 92% no período que a cidade acolheu jogos da Copa do Mundo. Os dados foram divulgados pelo blog Viva Pernambuco Turismo.

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terça-feira, 8 de julho de 2014

Mobilizando contra a Pólio no Brasil e em Angola


Camilla Sá Freire é jornalista e consultora da Unicef Brasil. Foto: Facebook.
Texto enviado por Camilla Sá Freire.

Aos oito anos de idade, comecei a acompanhar minha mãe nas campanhas de vacinação contra a poliomielite, que há pouco havia sido erradicada do país. Minha mãe achava que nós precisávamos participar desse processo para conhecer a realidade mais de perto, e por isso nos levava durante as campanhas carregando uma pequena caixa de isopor com vacinas, e observávamos o trabalho dos vacinadores.

Ao sair da faculdade queria ser voluntária em algum país da África na área da saúde, mas precisava de experiência profissional na minha área de atuação. Comecei então a me dedicar à comunicação em Saúde. No Ministério da Saúde desenvolvia material informativo para a população e para os agentes comunitários de saúde, depois desenvolvi trabalho semelhante na Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas.

Só com mais de 10 anos de formada, e alguma experiência na bagagem, vi a oportunidade de trabalhar como voluntária na África. Começando por São Tomé e Príncipe, com a comunicação para o controle da malária, depois em Angola, onde atuei no programa de erradicação da poliomielite por duas vezes. Na última, em 2013, fui responsável pela mobilização para erradicação da poliomielite em duas províncias e um município da província-sede, Luanda.

Mesmo sabendo que meu país erradicou a pólio há décadas, sei da importância da constante vigilância. Saber que ainda existem muitos países no mundo que não venceram essa luta me motiva a continuar colaborando. Sempre que posso, abro um tempo para escrever e divulgar sobre o tema. Sei que ajudei a vacinar muitas crianças, mas sei que ainda existe um grande trabalho a ser feito. Ser voluntária por esta causa é mais que um prazer, é uma obrigação profissional e moral.

[...] Conhecer a realidade de cada município e entender o que leva a família a não vacinar sua criança é o maior desafio, pois é através dessas informações que podemos basear a construção das campanhas para as diversas mídias. Outro grande desafio é levar informações aquelas comunidades mais distantes e que não tem acesso a televisão ou rádio. Quando se fala em trabalhar com um público tão diverso, o mais importante é fazer a mensagem chegar e ser entendida.

Nesse processo trabalhamos com as organizações da sociedade civil, os agentes de saúde, os voluntários e líderes da própria comunidade. Todos juntos conseguem fazer a informação ir adiante e alcançar a criança de uma área mais remota. Angola já está na reta final para certificação de erradicação da poliomielite, e para mim será um dia de muita alegria.

[...]

Todos os direitos reservados à autora.

terça-feira, 1 de julho de 2014

Sobre os engenhos do Recife


Do mesmo autor de One Day in Recife (vide foto no meu instagram @pb_amaral), Recife - Lugar de memória, a história dos engenhos que deram origem à capital pernambucana.: http://www.restaurabr.org/rlm.pdf

Obrigado ao violonista e alaudista Bruno Oliveira pela recomendação. Agora, volto ao stand by.

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